terça-feira, 10 de abril de 2012

Alguém!

Minhas forças se apartaram de mim, é certo que não sou mais o mesma. Fico entre o sim e o não daquele reflexo, tentando imitar aquilo quenão  sou. E na ausência da respiração ainda posso sentir a sua fragrância evaporando no turíbulo. Aquela mulher me seduziu, não consigo mais te enxergar. Em qual face eu pedi meu espelho?  Nem mesmo a Clarisse haveria de saber. Minha alma permanece em convulsão, quer voltar para ti, mas não consegue. Talvez você possa  visitá-la, tente convencê-la a me deixar partir. Vire a direita na Rua das Incertezas, no complexo de Sabedoria. Onde as mentes incham e já não retornam ao molde. Ah...como eu amava aquele molde, minha máscara de ferro.  Pensar como todo mundo; dizer palavras que muitas vezes não eram de coração; viver de olhos bem fechados enquanto a vida seguia seu rumo. Meu mundo perfeito batia no coração. Bate o sino pequenino roubaram meu Belém. Se entro na caverna não posso viver no mundo, se vivo no mundo não sou digno de ti. Ora, que hipocrisia! O ser humano é a única caverna neste texto. Assim me ensinavam e por isso escalei o meu muro. Pela minha dolorosa paixão acabei sem nicho, suspirando neste vale de lágrimas. Mas este não é o fim, te amo do meu jeito.

Não é esta a essência do amor?

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